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Alexandre das Dores Casimiro
b.Est 1863 Glória, Aveiro, Aveiro, Portugal
d.Est 1910 São Tomé and Príncipe
Family tree▼ (edit)
m.
Facts and Events
[edit] Vida PessoalAlexandre das Dores Casimiro, filho de Rita Casimiro, nasceu em Nossa Senhora da Glória, Aveiro. Casou com Amália Rosa de Almeida, de quem teve 3 filhos: Alexandre de Almeida Casimiro, Alexandra de Almeida Casimiro e Fantina de Almeida Casimiro. [edit] Percurso Académico e ProfissionalEm 1883 começou a publicar-se A Folha Académica, jornal dos estudantes de Aveiro, sob a responsabilidade de Alexandre das Dores Casimiro, que apenas durou até 10 de Maio seguinte. A 13 de Agosto de 1884 é nomeado Professor na Freguesia e Concelho de Vila do Conde. Em 1892 solicita o empenho de Bernardino Machado para obter o lugar de professor da Escola Principal de Moçambique, mostrando-se insatisfeito com o cargo desempenhado no Barreiro(?). [edit] Passagem pela Escola Principal da Província de Moçambique (1895-1896)
Pouco se sabe acerca do funcionamento das oito escolas propostas pelo Governador Fortunato do Vale em 1849. Quanto à Escola Principal da Província de Moçambique sabemos que, pelo menos até 1851, não dispunha de material, dado que é nesta data que o professor Guilherme Cardoso elabora uma requisição pedindo, “com a maior urgência”, o material indispensável para o ensino na aula que então regia. (...) Tendo de ser abertas as aulas da escola principal desta cidade no dia 10 de Outubro, cumpre-me participar que a casa da escola de instrução primária elementar, onde tenho professado as disciplinas do curso da escola principal, não pode continuar a servir para este fim pelos seguintes motivos: 1º - estar a sala da aula ocupada com o ensino primário, desde as 10 h da manhã até ao meio da tarde, ficando-me, por isso, muito pouco tempo para empregar o serviço do meu cargo; 2º - não poder tomar sob minha imediata responsabilidade os utensílios que tem de ser adquiridos para complemento da mobília escolar, 3º - não haver naquele edifício em que tenho funcionado uma sala que possa servir para secretaria e arquivo da escola principal. Por estes motivos e outros que julgo importantes, rogo a V. Exa. se digne conceder-me casa nas devidas condições, bem como os objectos que indico na requisição junta, a fim de ficar a escola instalada de modo que dê os resultados que devem esperar-se dela. Rogo também a V. Exa. me mande dar casa para minha habitação, pois que, pelo art. 52 da Lei de 30 de Novembro de 1869, tenho direito a ela visto continuar a pertencer à instrução primária.
Estas dificuldades eram acumuladas por outras faltas, designadamente em termos de equipamento e mobiliário escolar. Anexa à carta, o professor enviava uma requisição solicitando um conjunto de materiais cuja inexistência ilustra bem as condições de precaridade em que funcionavam estes estabelecimentos.
Em 1896, o mesmo professor enviava à secretaria-geral o horário da escola principal informando que era o que tinha sido adoptado pela escola no começo do ano lectivo de 1895-96: Tenho a honra de dizer a V. Exa. que o horário desta escola, organizado por mim no começo do ano lectivo de 1895/96, é o seguinte: Português - todos os dias, das 11h da manhã até meia hora depois do meio-dia; Aritmética - todos os dias, das 2 h da tarde às 3.45h; Geografia - terças-feiras e sábados, das 12.30h às 13.45h; Desenho - segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras, das 12.30h às 13.45h da tarde. Tenho a ponderar a V. Exa. que, quando este horário foi feito, estavam matriculados 6 alunos, dos quais só frequentam presentemente dois. O grande obstáculo que tenho encontrado no meu magistério tem sido, além da carência de meios materiais, a falta de livros adequados que não podem ser escolhidos por mim, mas pelo governo, ouvido o Conselho Inspector de Instrução Pública (Artº 64, § único da lei de 30 de Novembro de 1869). De modo que me vejo obrigado a ensinar Português sem gramática, tendo por livro de Leitura e Análise o Paleógrafo.
A partir desta data não há registos relativos à frequência ou funcionamento da escola mas, num relatório sobre a instrução pública em Moçambique, publicado em 1930, refere-se laconicamente que "após 51 anos de insignificante frequência, a Escola Principal foi extinta por portaria de 8 de Maio de 1896". Em 1895 existiam no activo outras escolas de instrução pública primária em Moçambique, duas para o sexo masculino e uma para o sexo feminino, qualquer uma com uma frequência diminuta (nenhuma delas registava mais de 6 alunos). Por contraste, a escola de ensino livre que existia na Ilha de Moçambique, regida pelo professor muçulmano Massoudi, que ensinava em língua suahili, era muito frequentada. Alexandre Casimiro, entretanto nomeado delegado do Conselho Inspector de Instrução Pública, não podia deixar de comparar a frequência daquela escola com a das escolas portuguesas considerando que a fraca frequência destas se devia “à relutância dos indígenas em estudar em nossas escolas” e ao facto de se encontrarem na época estival, altura em que os alunos tinham tendência a abandonar a escola. Fonte: Ler, Escrever e Orar: Uma análise histórica comparada dos discursos sobre a educação, o ensino e a escola em Moçambique - 1850 a 1950, Ana Isabel Madeira, 2007
A prestação de serviço docente na escola poderia ser pontual como, nos anos noventa, a do Padre Antonio Carlos Pires dos Santos, em Moçambique que seria nomeado a 4 de Julho de 1894, por portaria 331 e ouvido o conselho inspector de instrução pública para a Escola Principal. Seria o missionário exonerado a 10 Abril de 1895, em virtude de se ter apresentado o proprietário do lugar na Escola Principal, Alexandre das Dores Casimiro. Por portaria nº 147 do Governo-geral de 8 de Maio de 1896 e “por o movimento escolar durante o longo período de 51 annos não ter compensado as despesas” da fazenda pública, determina-se que a escola principal de instrução primária de Moçambique seja encerrada. Fonte: As Vicissitudes do Sistema Escolar em Moçambique na 2ª metade do Século XIX - Hesitações, Equilíbrios e Precariedade, Casimiro Jorge Simões Rodrigues, 2007 [edit] BibliografiaAlexandre das Dores Casimiro foi autor, co-autor e tradutor de uma série de obras literárias:
Fonte: Biblioteca Nacional de Portugal References
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